quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Dia Mundial da Televisão

Hoje, 21 de novembro, comemora-se o Dia Mundial da Televisão. Esta data foi homologada pelas Nações Unidas em 1996.

Para comemorar esta data, deixamos aqui registrado um poema de Marc Fortuna com o título "No reino encantado da TV: Vossa Majestade, a Novela!", escrito em 11/01/2010.

Este poema é uma homenagem à teledramaturgia brasileira e contém no corpo do texto, o título de 155 telenovelas brasileiras exibidas por diversas redes de TV.
 No jogo da vida
Amor com amor se paga
Sou fera ferida
Amor e intrigas
Sou a indomada.

Pão pão, queijo queijo
Sou meio bicho do mato
Sassaricando o mico preto
Eu dou o pulo do gato
E torno-me o rei do gado.

Éramos seis:
Eu, as três Marias e os irmãos coragem.
Na era do Dancin´Days
O profeta enviou a mensagem:
“Belíssima será a viagem”.

Fomos ao Pantanal
E dormimos na cabana do pai Tomás.
Tieta — meu bem, meu mau
Acorrentada a um pecado capital
Me ensinou um sonho a mais.

Champagne nos banhava corpo a corpo
Caras e bocas numa torre de Babel
Vale tudo quando o clone é o outro
O véu de noiva esticando pouco a pouco
Bebê a bordo em barriga de aluguel.

Não ficou pedra sobre pedra
Pois Aritana, o dono do mundo
De corpo e alma quebrou a regra
A pátria minha virou América
A terra nostra em um segundo.

Xica da Silva, meu bem querer
Baila comigo salsa e merengue
Sete pecados de meu renascer
Envolta em tuas plumas e paetês
Saramambaia tropicaliente.

Olho por olho nesta ciranda de pedra
A sucessora dando o sinal de alerta
O direito de nascer
Numa lada de marrom glacê
Páginas da vida que nunca foram abertas.

Senhora do destino e suas duas vidas
A padroeira alma gêmea de minhas páginas não lidas
Cabocla sinhá moça, meu anjo mau
Sétimo sentido de minha fera radical
Suave veneno de outras noites esquecidas.

Vidas opostas, mas com esplendor
Pecado rasgado de uma história de amor
Chamas da vida queimadas
Caminhos de vidas cruzadas
Deus nos acuda, por favor.

O mapa da mina em quatro por quatro
Forrava o fundo da cama de gato
Marcando o ponto onde os ossos do barão
Sumidos da kananga do Japão
Foram lançados entre cobras e lagartos.

E o salvador da pátria, meu pai herói
Diz que a água viva não mata, mas dói
Diz que nessa selva de pedra o sol de verão
Arde os caminhos do coração
E que o poder paralelo corrói.

Uma estrela de fogo trouxe a revelação
Louco amor explode coração
Desejos de mulher da cor do pecado
A moreninha de coração alado
Direito de amar sem explicação.

O espantalho de quina pra lua
Perigosas peruas no meio da rua
A gata comeu os mutantes
Escrava Isaura, top model vamp
E a rainha da sucata me aparece nua.

Que rei sou eu?
Se o estúpido cupido roubou o sonho meu
E até meu pé de laranja lima
Plantado em Mandacaru, no topo da colina
A roda de fogo comeu.

Um anjo caiu do céu
Ao receber o beijo do vampiro
Uma prova de amor escrita em papel
Na guerra dos sexos, todo mundo é réu
E o sexo dos anjos aqui descritos
São feitos de chocolate com pimenta e mel.

Elas por elas fazem muito ti ti ti
Transas e caretas numa moda brega e chique
Mulheres apaixonadas com seus brilhos e apliques
Três irmãs de pé na jaca quase tendo um chilique
Só pra ver Roque Santeiro se despir.

O bem amado tem duas caras
E vai a caminho das Índias
Fechar um negócio da China.
Um cambalacho ele prepara
E a favorita ainda
Será a próxima vítima.

Eu prometo devolver a sua vida roubada
E dar um final feliz às nossas vidas marcadas
Levar-te a uma vereda tropical
Ser o astro de teu paraíso natal
Chega mais, venha ser minha amada.

Espelho meu, espelho mágico
O fim do mundo será trágico?
Vou fazer minha mandala em Porto dos Milagres
Criar laços de família e renovar minha saudade
Pois começar de novo não é prático.

Era uma vez uma celebridade beleza pura
Que vivia em um paraíso tropical
Jogava cara e coroa e bambolê no meio da rua
Filiou-se ao Partido Alto Nacional
E elegeu-se em Tocaia Grande, na prefeitura.



© Marc Fortuna

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